A surdez canina é uma condição que pode ser desenvolvida ao longo da vida do cão ou vir com ele “de fábrica”. Seja qual for o caso, ele precisa de cuidados especiais para garantir que a sua rotina seja a melhor para ele também! 

Surdez genética x Surdez desenvolvida 

Por alterações genéticas, um cão pode nascer surdo. Não há necessariamente uma condição específica para que isso aconteça, porém há indicativos que animais com heterocromia podem desenvolver com mais frequência essa condição. 

Por outro lado, a surdez também pode ser desenvolvida ao longo da vida, decorrente de acidentes, traumas, doenças ou até mesmo o avançar da idade. Assim, coceiras frequentes nos ouvidos, não responder a chamados e latidos muito altos podem ser sinais de que o seu pet está desenvolvendo um quadro de perda auditiva

Quais são as limitações de um cão surdo? 

De maneira geral, as limitações que um cãozinho surdo possui não são muitas. Elas estão essencialmente ligadas à socialização do animal com outros pets e com os humanos ao seu redor. Ou seja, um cão que não escuta pode ter dificuldades de se comunicar com os outros no momento da brincadeira, assim como de ouvir o que eles têm “a dizer”. 

Isso porque, conforme aponta o antropólogo americano, Brian Hare, a comunicação dos cães seria baseada em três grandes categorias de tipos de latidos: alerta, chamar atenção e brincar, a partir das quais os cães teriam desenvolvido nuances nesses latidos – com mudanças na duração, volume e frequência – para terem uma comunicação ainda mais eficaz com os seres humanos. Assim, a perda na capacidade de ouvir e controlar a entonação e o volume do seu latido, por exemplo, é um desafio no momento do cão surdo passar e entender mensagens. 

Como adaptar a rotina para a realidade de um cãozinho com perda auditiva

Como vimos, a comunicação pode ser a principal dificuldade que cães surdos enfrentam. Ainda assim, é importante lembrar que os animais também são capazes de conversar com pets e tutores através de movimentos corporais e gestos. Com isso em mente, o cão com perda auditiva começa a buscar alternativas não vocais para se comunicar. Se ele quiser brincar, por exemplo, ao invés de latir, o cão irá olhar repetidamente para o seu brinquedo. 

Essa adaptação também deve ocorrer na rotina do tutor, considerando que o pet não mais responderá a chamados e comandos verbais. Dessa forma, a linguagem gestual é o melhor caminho para se comunicar com o seu pet, técnica que muitos tutores que não escutam já utilizam com seus cães, como Benício, professor de libras e surdo, que percebeu que é possível ensinar comandos para o seu pug usando apenas sinais.

Além disso, como o veterinário Mike Paul aponta, assim como os humanos, a perda auditiva pode levar ao isolamento e solidão do pet. Assim, é importante entender quais são as principais dificuldades que o seu pet pode estar enfrentando no dia-a-dia que o leva a se isolar – como não conseguir se expressar para o seu tutor ou interagir com outros pets – e agir! Esteja atento ao seu pet e garanta reforços positivos a ele a cada interação bem sucedida. 

Por fim, um ponto importante na adaptação de um cãozinho surdo é a sua proteção fora de casa. Não permita que ele ande sem a guia e longe da visão de seu tutor, porque ele não poderá ouvir qualquer sinal de perigo, como um carro se aproximando ou um cão hostil. Então, passeios para eles devem ser SÓ com coleira e guia. 

Fique tranquilo, a vida do seu cachorro surdo não precisa ser complicada! 

Seguindo essas dicas e os cuidados indicados pelo seu veterinário, não há motivos para a vida do seu pet ser um desafio! Relaxe e viva momentos incríveis com o seu maior companheiro! 

Todas as informações contidas neste artigo foram reunidas a partir de sites dedicados a cuidados e saúde animal. Todos os conteúdos de saúde oferecidos no blog Dr Pet são de caráter informativo e nunca devem substituir a orientação, informação e prescrição de seu médico veterinário. A Dr Pet não se responsabiliza por qualquer conduta de tutores em relação aos seus pets que considere apenas as dicas oferecidas pela redação Dr Pet sem a consulta ao médico veterinário responsável pela saúde do seu pet, considerando que cada organismo animal possui as suas peculiaridades.  

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